A Quaresma, tempo litúrgico que se iniciou nessa Quarta-feira de Cinzas, dia 22, trouxe com ela a Campanha da Fraternidade 2012, cujo tema é “Fraternidade e Saúde Pública”, e lema: “Que a saúde se difunda sobre a terra”.
Neste tempo especial de graças que é a Quaresma devemos
aproveitar ao máximo para fazermos uma renovação espiritual em nossa vida. O
Apóstolo São Paulo insistia: “Em nome de Cristo vos rogamos: reconciliai-vos
com Deus!” (2 Cor 5, 20); “exortamo-vos a que não recebais a graça de Deus em
vão. Pois ele diz: Eu te ouvi no tempo favorável e te ajudei no dia da salvação
(Is 49,8). Agora é o tempo favorável, agora é o dia da salvação.” (2 Cor 6,
1-2).
Cristo jejuou e
rezou durante quarenta dias (um longo tempo) antes de enfrentar as tentações do
demônio no deserto e nos ensinou a vencê-lo pela oração e pelo jejum. Da mesma
forma a Igreja quer ensinar-nos como vencer as tentações de hoje. Daí surgiu a
Quaresma. Na Quarta-Feira de Cinzas, quando ela começa, os sacerdotes colocam
um pouquinho de cinzas sobre a cabeça dos fiéis na Missa. O sentido deste gesto
é de lembrar que um dia a vida termina neste mundo, “voltamos ao pó” que as
cinzas lembram. Por causa do pecado, Deus disse a Adão: “És pó, e ao pó tu hás
de tornar”. (Gênesis 2, 19)
Este sacramental
da Igreja lembra-nos que estamos de passagem por este mundo, e que a vida de
verdade, sem fim, começa depois da morte; e que, portanto, devemos viver em
função disso. As cinzas humildemente nos lembram que após a morte prestaremos
contas de todos os nossos atos, e de todas as graças que recebemos de Deus
nesta vida, a começar da própria vida, do tempo, da saúde, dos bens, etc.
Esses quarenta
dias, devem ser um tempo forte de meditação, oração, jejum, esmola (‘remédios
contra o pecado’). É tempo para se meditar profundamente a Bíblia,
especialmente os Evangelhos, a vida dos Santos, viver um pouco de mortificação
(cortar um doce, deixar a bebida, cigarro, passeios, churrascos, a TV, alguma
diversão, etc.) com a intenção de fortalecer o espírito para que possa vencer
as fraquezas da carne. Na Oração da Missa de Cinzas a Igreja reza:
“Concedei-nos ó Deus todo poderoso, iniciar com este dia de jejum o tempo da
Quaresma para que a penitência nos fortaleça contra o espírito do Mal”. Sabemos
como devemos viver, mas não temos força espiritual para isso. A mortificação
fortalece o espírito. Não é a valorização do sacrifício por ele mesmo, e de
maneira masoquista, mas pelo fruto de conversão e fortalecimento espiritual que
ele traz; é um meio, não um fim.
Quaresma é um
tempo de “rever a vida” e abandonar o pecado (orgulho, vaidade, arrogância,
prepotência, ganância, pornografia, sexismo, gula, ira, inveja, preguiça,
mentira, etc.). Enfim, viver o que Jesus recomendou: “Vigiai e orai, porque o
espírito é forte mas a carne é fraca”. Embora este seja um tempo de oração e
penitência mais profundas, não deve ser um tempo de tristeza, ao contrário, pois
a alma fica mais leve e feliz. O prazer é satisfação do corpo, mas a alegria é
a satisfação da alma. Santo Agostinho
dizia que “o pecador não suporta nem a si mesmo”, e que “os teus pecados são a
tua tristeza; deixa que a santidade seja a tua alegria”. A verdadeira alegria
brota no bojo da virtude, da graça; então, a Quaresma nos traz um tempo de paz,
alegria e felicidade, porque chegamos mais perto de Deus. Para isso podemos
fazer uma confissão bem feita; o meio mais eficaz para se livrar do pecado. Jesus
instituiu a confissão em sua primeira aparição aos discípulos, no mesmo domingo
da Ressurreição (Jo 20,22) dizendo-lhes: “a quem vocês perdoarem os pecados, os
pecados estarão perdoados”. Não há graça maior do que ser perdoado por Deus,
estar livre das misérias da alma e estar em paz com a consciência.
Jesus quis que nos
confessemos com o sacerdote da Igreja, seu ministro, porque ele também é fraco
e humano, e pode nos compreender, orientar e perdoar pela autoridade de Deus.
Especialmente aqueles que há muito não se confessam, têm na Quaresma uma graça
especial de Deus para se aproximar do confessor e entregar a Cristo nele
representado, as suas misérias.
Uma prática muito
salutar que a Igreja nos recomenda durante a Quaresma, uma vez por semana, é fazer
o exercício da Via Sacra, na igreja, recordando e meditando a Paixão de Cristo
e todo o seu sofrimento para nos salvar. Isto aumenta em nós o amor a Jesus e
aos outros. Não podemos esquecer também que a Santa Missa é a prática de
piedade mais importante da fé católica, e que dela devemos participar, se
possível, todos os dias da Quaresma. Na Missa estamos diante do Calvário, o
mesmo e único Calvário. Sim, não é a repetição do Calvário, nem apenas a sua
“lembrança”, mas a sua “presentificação”; é a atualização do Sacrifício único
de Jesus. A Igreja nos lembra que todas as vezes que participamos bem da Missa,
“torna-se presente a nossa redenção”. Assim podemos viver bem a Quaresma e
participar bem da Páscoa do Senhor, enriquecendo a nossa alma com as suas
graças extraordinárias; podendo ser melhor e viver melhor.
QUE DEUS ABENÇOE TEU CANTAR CADA DIA MAIS.
SHALOM DO PAI!!!!
QUE DEUS ABENÇOE TEU CANTAR CADA DIA MAIS.
SHALOM DO PAI!!!!
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